sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Grifes apostam em serviços sofisticados de customização

Departamento de atendimento especial da loja-modelo da Gucci, em Milão, onde acontece a personalização: serviço deve ser expandido a outros países (Foto: Divulgação)

Entre as notícias mais interessantes da moda nos últimos meses está a estreia do Gucci DIY (do it yourself), serviço de customização de roupas e acessórios lançado pela grife italiana durante os desfiles masculinos de Milão, em junho passado.

A ideia é transformar o produto escolhido pelo cliente em algo ultrapessoal, com uma espécie de impressão digital intransferível. Essa é a segunda fase do projeto, que havia começado um mês antes, quando apenas a bolsa Dionysus, com seu inconfundível fecho de cabeça dupla de tigre, passou a ganhar, ao gosto do freguês, aplicações de exóticos adesivos, miçangas e cristais.

Já com planos de ampla expansão global, o departamento de atendimento especial da loja-modelo de Milão, na Via Montenapoleone, oferece ao cliente uma linha de alfaiataria unissex - jaquetas, smokings, casacos, camisas e calças -, além do tênis de couro Ace e de outros modelos de sapatos, todos customizáveis.

 

 



O serviço de DIY da Gucci, lançado em junho em Milão, oferece uma ampla variedade de tecidos, patches e botões que podem customizar de jaquetas a acessórios, como a bolsa Dionysus (Foto: Divulgação)


Apesar de várias marcas já oferecerem maneiras de personalizar seus produtos - principalmente calçados e bolsas -, a aposta da Gucci é ousada e inovadora na indústria do luxo, por levar o conceito para outro patamar. Além de sugerir certa democracia criativa, para ser exercida individualmente ou por tribos, o projeto sintetiza o pensamento do diretor artístico Alessandro Michele e seu desejo de estimular a liberdade de autoexpressão dos clientes da casa.


Agora, as roupas oferecidas no novo serviço podem ser adaptadas, com diferentes tecidos, botões e forros de foulard de seda, valorizando a habilidade da alfaiataria da Gucci. E como se sabe que Michele planeja, a partir de 2017, desfilar coleções femininas e masculinas juntas, não parece surpreendente que diversas peças sujeitas a aplicações, tachas, bordados e mil coisas mais sejam propositalmente unissex, como bombers de seda e jaquetas de denim.

Ao eclodir junto com o movimento punk nos anos 70, o do it yourself era um ato de transgressão. Acima, a icônica jaqueta Anarchy, criada em 1976 por Vivienne Westwood e Malcolm McLaren, responsáveis pela imagem da banda Sex Pistols (Foto: Getty Images, Divulgação e Reprodução)



 ​Em Paris, ao visitar o Le Bon Marché (do grupo LVMH) e em Nova York, a multimarcas Opening Ceremony, da dupla Carol Lim e Humberto Leon - também responsável pelo estilo da grife francesa Kenzo


 Além disso, a customização também ajuda a atingir os clientes mais jovens e imprevisíveis, que as marcas luxuosas têm dificuldade em seduzir - os famosos millennials, de crescente poder de consumo.






http://vogue.globo.com/moda/moda-tendencias/noticia/2016/09/luxo-diy-grifes-apostam-em-servicos-sofisticados-de-customizacao.html

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